Setor continua aquecido e empreendedores precisam se profissionalizar; conhecer bem os produtos é essencial

 

Apesar do ano difícil que viveu em 2014, o mercado erótico brasileiro continua crescendo. Segundos dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico (ABEME), o setor comercializa 9 milhões de itens ao mês, tem mais de 11 mil empresas instaladas e gera, direta e indiretamente, 100 mil empregos. Além disso, 95% mercado é composto por pequenas e médias empresas.

 

"Ainda há muito espaço para crescer. O sexo, infelizmente, ainda é tabu. Mas estamos melhorando. A TV e o cinema estão mostrando o assunto de forma mais democrática e as pessoas têm tudo para consumirem mais", afirma Marília Sequeira, relações públicas da marca Adão & Eva.

Por isso, quem quer investir no setor, como fabricante, distribuidor, lojista ou consultor, precisa se profissionalizar para garantir espaço. Veja dicas de como empreender no mercado erótico:

 

MAIS: Depois de um 2014 difícil, mercado erótico aposta em "50 tons" para se recuperar

 

1. Faça uma boa pesquisa de mercado

 

Requisito básico na abertura de um negócio, uma boa pesquisa de mercado é essencial para quem quer empreender no setor de produtos sensuais. "Você precisa olhar bem onde quer investir, e não sair atirando para qualquer lado", diz André Catelan, fundador do Castelo dos Prazeres.

Elizabete Souza, da Loka Sensação, confirma: "Você precisa ficar atento ao que o pessoal mais gosta e aos produtos que são mais vendidos".

 

2. Invista em qualidade

 

Para os fabricantes, é importante investir em matérias-primas de qualidade. Distribuidores, lojistas e vendedores também devem prezar por produtos e marcas de compromisso e qualidade.

"Se você coloca um produto ruim na sua loja, que não promete o que cumpre, não é só a marca do produto que é desqualificada, mas você também", diz Alessandra Seitz, fundadora da Intt, de cosméticos sensuais. 

3. Conheça os produtos

Para vender o produto correto, você precisa conhecê-lo. "Muitas vezes, o cliente diz ter uma necessidade e não sabe escolher o produto. Você precisa conhecer o que vende para recomendar o item certo e não deixar seu cliente frustrado", explica Alessandra.

MAIS: Veja produtos do mercado erótico brasileiro na Erótika Fair 2015

 

 

 

Castelo dos Prazerem tem linha de produtos a partir de R$ 1,99. Foto: Divulgação

 

Produtos Erotika Fair. Foto: Divulgação

 

4. Conquiste o cliente

 

Conquistar o cliente, principalmente se você for um consultor, é essencial. Para isso, você precisa criar uma relação de intimidade com ele. 

"Quando alguém vai a uma loja comprar um artigo erótico, não tem intimidade para falar com o vendedor, se abrir. Mas ele precisa fazer isso com o consultor. Você precisa ouvir os desabafos e segredos do cliente e saber aconselhá-lo. Isso também o fideliza", diz Suellen Ferreira, assessora de marketing da A Sós, que vende seus produtos para mais de 10 mil consultoras no Brasil. 

 

5. Entenda que venda direta não é "bico"

 

"Muita gente vê a venda direta, com catálogo, como um bico. As pessoas precisam aprender que a venda direta não é isso, mas uma oportunidade de ganhar bastante dinheiro e ajudar e mudar a vida das outras pessoas", afirma Suellen.

 

6. Use a linguagem certa

 

O sexo ainda é um tabu, mas vem sendo cada vez mais desmitificado. Para falar sobre o assunto, no entanto, é preciso utilizar a linguagem certa.

"Ainda há muito preconceito. É preciso abordar o tema como um assunto cotidiano, saber a linguagem certa e quais são as reais necessidades do seu consumidor", explica Marília.

 

7. Se proteja dos concorrentes

 

Quem trabalha no desenvolvimento de produtos ou é fera em ações de marketing diferenciadas deve ficar ao movimento da concorrência. A empresária Elizabete Souza, por exemplo, sofreu com a cópia de seu principal produto, o "Pó da Bruxa", um energético pantenteado pela marca Loka Sensação, vencedor de diversos prêmios de produto erótico mais vendido. A empresária conta que ele foi copiado por concorrentes que começaram a comercializá-lo.

"Como consequência tive uma grande queda nas vendas. Outras pessoas começaram a vender o produto pedindo exclusividade, sem que o item da minha marca pudesse ser posto junto nas prateleiras. Tive de entrar com uma ação para resolver isso. Logo os produtos devem ser retirados de circulação, já que a patente é minha", conta.

8. Saiba inovar 

Mesmo com o problema nas vendas e na Justiça, Elizabete pensou em uma outra solução para superar a queda nas vendas. A marca acaba de lançar um novo produto, o "Segredo da Bruxa", também já patenteado. 

"Estou certa de que vai ser um sucesso de vendas. A gente tem de inovar. Esse é um mercado muito bom, mas você tem que ter certos cuidados", diz.

9. Reveja a estratégia quando preciso

Nem sempre as coisas saem como o planejado. Nessas horas, é preciso ter calma e reformular a estratégia da empresa. É o que Marília Sequeira, relações públicas da marca Adão & Eva, fará este ano.

"A alta do dólar pegou todo mundo. Importamos muito produtos, mas também temos uma fábrica nacional. Para termos um bom resultado este ano, devemos diminuir as importações e apostar em produtos de fabricação nacional", diz.

 

10. Diversifique o mercado

 

Se você for um revendedor, pode investir em produtos variados, de diferentes preços e finalidades. Na internet, isso pode ser um diferencial.

A Castelo dos Prazeres vende produtos que vão de R$ 1,99 a R$ 80. "A internet tem os mais diversos públicos, não posso elitizar o setor. É bom ter produtos para todos os públicos no e-commerce", afirma André Catelan, fundador do Castelo dos Prazeres.